sábado, 2 de abril de 2011

Além da Vida - Capítulo 4



"Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só." - Amir Klink

- Bella.
Me virei ao ouvir meu nome e me deparei com Elizabeth.
- Obrigada. - ela disse.
- De nada. - eu falei. Virei a cabeça. Os Cullen já tinham ido embora. E eu tinha que ir embora também - eu acho. Mas eu havia prometido ao Edward de que sempre ficaria ao lado dele. Então, como poderia ficar perto dele, mas ao mesmo tempo longe?
- Elizabeth...
- Bella, seu destino é ficar aqui na Terra. - ela me interrompeu.
- O quê? - eu perguntei, confusa. - Achava que todos os espíritos viviam no céu... Não na Terra. Não há como...
- Querida, você salvou a vida do meu filho. Ninguém conseguiria fazer isso em tão pouco tempo. Há uma explicação, Bella, por você ter morrido. - Elizabeth me deu um sorriso.
Uma lâmpada se acendeu em minha cabeça.
- Se existe uma explicação por eu estar morta... E isso for pro bem... Será que posso voltar a viver na Terra? - perguntei. - Tipo... Viva?
- Não sei... Isso só acontece em casos de reencarnações... Mas seria muito diferente. Você voltaria a Terra, sim, mas em outro corpo, como outra pessoa. E assim, esqueceria de tudo do que aconteceu na sua vida passada.
- Mas tem uma possibilidade de, se eu entender o motivo por qual morri... E fizer isso... Eu poderia voltar a viver com Edward?
- Bem... A esperança é a última que morre. - Elizabeth disse. - Eu também pensei assim logo após que morri. Mas... Percebi que era só para salvar Edward... E nada mais. Mas com você Bella... É diferente. - ela colocou as duas mãos no meu rosto - Você tem como missão viver com Edward ao seu lado. Mesmo quando a morte os separe. Você é especial - ela me beijou na testa.
- Obrigada. - eu disse. Meu rosto estava ficando vermelho. Elizabeth estava sendo como uma segunda mãe pra mim. E isso me sentia bem. Ela era a única que poderia me ajudar nessa situação.
- Adeus Elizabeth. - eu me despedi e corri pra mata.
- Adeus Bella Cullen. Boa sorte. - eu a vi a tempo antes dela desaparecer.

Não demorei muito para chegar na casa dos Cullen. Acho que, por eu ter morrido me transformando em vampira, tevo ter ficado nessa forma. O lugar tinha uma tensão no ar. Parecia tudo tão... Triste. Era esranho sentir isso na casa dos Cullen. Afinal, todas as pessoas que vem aqui tem um certo medo.
Percebi que alguém saiu da casa. Não destingui quem era. Respirei fundo e fui em direção a pessoa. Parecia que o estranho estava com alguma coisa nos braços, como se estivesse segurando alguma coisa. E estava parada em frente de de uma pedra enorme.
Cheguei perto do estranho. Então descobri quem era. Alto. Cabelo escuro curto. Olhos castanhos. Estava sem camisa, com apenas um calção e um par de tênis. E ainda podia sentir os melhores momentos que passei com ele.
Era Jacob.
Em seus braços, estava uma pequena menina, de cabelos encaracolados castanhos, os olhos de chocolate, e com as bochechas rosadas. Reconheci a menina, que antes ia ser jogada por seu pai em um penhasco. Reneesme.
E eles não estavam em frente a uma pedra. Era um túmulo. Tinha palavras, ainda decivráveis, nas quais diziam:
"Bella Cullen
13 de Setembro de 1989 - 10 de Setembro de 2008
Sua alma permanecerá viva."
Aquilo me emocionou. E me entristeceu. Eles me enterraram na própria casa deles. Será que todos de Forks já sabiam da drástica notícia? Como ficará Charlie? E Angela, Mike, Eric e Jessica? Como será que eles reagiram?
- Aqui está Nessie. A sua mãe. - Jacob disse. Olhei para ele. Nessie? Quem daria um apelido a alguém como Nessie?Desconfiei isso e do modo como Jake olhava Reneesme de um modo diferente. Era estranho, mas não sabia o que era.
Reneesme desviou seus olhos e, por um súpito momento, olhou pra mim. E sorriu.
- Reneesme? - perguntei. - Você está me vendo?
Ela balançou a cabeça. Reneesme podia me ver? Mas por que os outros não me viam também? Será porque ela era minha filha e eu morri para deixa-lá viva? Como Elizabeth fez com Edward?
- Ah Reneesme - suspirou Jake. - Não sabe o quanto eu gostava de sua mãe. Ela era incrível. Você seria mais feliz com ela aqui.
Senti meu rosto ficar quente. Reneesme riu da minha reação.
- Estou falando sério. Eu ainda acho que Bella seria mais feliz se tivesse ficado comigo. Ela não sofreria tanto. Não precisaria ter que se arriscar em tudo. Se tivesse me escolhido em vez daquele sanguessuga... - Jacob ficou com raiva -Ela agora estaria com você. E comigo.
- Jake, você ainda não entende. Eu amo o Edward. Fomos feitos um para o outro. E não chame ele de sanquessuga na frente da minha filha. - briguei com ele, mas já sabia que não seria ouvida.
Reneesme sorriu pra mim, parecia que estava agradecendo por eu ter defendido Edward.
- Reneesme... - Eu coloquei uma das minhas mãos em sua cabeça e começei a acariciar seus cabelos. - Eu sinto muito. Eu queria muito ter você... Não fui contra ao saber que estava... Grávida e esperando você. Eu sempre a amaria do jeito que fosse. Você consegue me ouvir então... Não fique triste por eu ter partido, tá? Eu vou ficar perto de você e de seu pai também. - sorri para ela. -  Nunca deixarei vocês dois. Eu os amo. Eu te amo, filha. - beijei um de seus cachos.
Ela estendeu um de seus braços na minha direção. Eu a peguei. Percebi uma coisa: a temperatura de sua pele. Ela era quente. Tinha que adimitir que, se tocasse a mão de Jacob e de Reneesme, julgaria-se que eles eram quase como irmãos.
Jacob pegou o braço de Reneesme, tirando o meu do lugar. Ela ficou triste, percebi em seus olhos, mas ficou feliz novamente ao ver Jake. Ainda achava estranho o modo como ele olhava para minha filha como se... Como se ela fosse seu próprio sol.
- Vou ter que me acostumar com isso. E ter que esperar anos. Assim poderemos ficar juntos. - Jacob beijou a pequena mãozinha de Reneesme.
Foi então que, com uma antiga lembrança, percebi o que Jacob sentia.
- JACOB! VOCÊ È UM MONSTRO! COMO PODE?! TER UM IMPRINTING COM MINHA FILHA! - eu gritei e, com um surto de raiva, dei um soco na cara de Jake.
- AÍ! - ele gritou. Fiquei surpresa ao ver que ele sentiu meu soco. - Mas o que houve? - Seu olho esquerdo estava roxo. Não sabia até agora como eu era forte.
Reneesme deu uma risada.
- Não se preocupe Reneesme, não vou deixar esse vira-lata ficar apaixonado por você. Nem daqui a 10 anos - garanti-lhe.
- Jacob. - ouvi alguém gritar.
Jake e eu nos viremos. Era Edward.
- O que foi? - Jake perguntou com raiva.
- Rosalie quer ficar um pouco com Reneesme. - Edward respondeu. - Está na hora de ela comer.
- Nem fiquei muito com ela. - resmungou Jacob, olhando para minha filha.
- Mas ela precisa de cuidados. - Edward acariciou o rosto de Reneesme. Ela sorriu pra ele. E ele retribuiu o sorriso.
- Que bom que está cumprindo sua promessa. - sussurei de felicidade.
- O que houve com seu olho? - estranhou Edward.
- Nem eu sei. - Jacob se virou e andou em direção a casa, levando Reneesme.
Edward fitou meu túmulo. Ele tinha os olhos tristes. Não queria saber o quanto de esforço ele deve para me ver enterrada.
- Não se preocupe Edward. Eu estou aqui. - eu o abreçei.
Assim que envolvi meus braços em seu corpo, tive uma visão. *Estava eu e Edward. E estávamos nossa campina, deitados lado a lado, nos olhando, enquanto Edward era iluminado pela luz do sol.* Devia ser os pensamentos de Edward. Será que eu podia vê-los quando eu o tocava? Mais uma pergunta e nenhuma resposta.
- Edward! -  gritou Esme - Venha pra dentro!
O pensamento de Edward terminou. Soltei meus braços e ele voltou pra casa. E eu voltei com ele, de mãos dadas, sem ele perceber. E, pela primeira vez, estava feliz em ter ele ao meu lado.

Notas finais:
* Na parte do pensamento de Edward, pensei que nele estva sendo tocanda a música "Fly To The Moon" da banda The Parlotenes. Se tiver vontade, leia essa parte com essa música tocando. É muito bonito.

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